Dagmar Elaine Kaiser, Editora associada da Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, RS, Brasil. E-mail: dagmar.kaiser@ufrgs.br
Maria da Graça Oliveira Crossetti, Editora-chefe da Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, RS, Brasil. E-mail: mgcrossetti@gmail.com
Ana Karina S. Rocha Tanaka, Editora associada da Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, RS, Brasil. E-mail: anakarinatanaka@gmail.com
A realidade imposta pela pandemia por SARS-CoV-2, com adoecimento e riscos de vida decorrentes da COVID-19, desnudam desafios que estão postos à sociedade mundial. Países desenvolvidos e com infraestrutura, com aparato tecnológico e com sistemas de saúde pública consolidados, não conseguiram evitar mortes e contágio comunitário dos profissionais da saúde. Em um momento histórico frente a este vírus de fácil e rápida propagação na população, os impactos vivenciados causam mudanças abruptas nas rotinas das instituições de saúde, com intensificação de internações hospitalares em detrimento dos agravos respiratórios, requerendo equipes de Enfermagem diferenciadas pela sua alta performance para que os resultados possam ser alcançados de maneira eficaz e ágil.
Somado a este contexto crítico, é desafio para a Enfermagem a prevenção e resposta à COVID-19. Assim, o artigo “Contribuição do processo de enfermagem para construção identitária dos profissionais de enfermagem”, publicado na Revista Gaúcha de Enfermagem (vol. 41), contribui na troca de informações para o bom funcionamento do atendimento no contexto da pandemia. Ciente de suas próprias forças e fraquezas, um time de alta performance reúne talentos cujas habilidades, atitudes e competências permitem definir metas, tomar decisões, comunicar-se, administrar conflitos e solucionar problemas em um clima de incentivo e confiança para atingir seus próprios objetivos e mudar, quando necessário, para melhorar o desempenho da equipe (DYER; DYER; DYER, 2011).
Enquanto a sociedade e os setores da política e da economia ainda estão se adequando no combate à pandemia, a Enfermagem lida com casos suspeitos ou confirmados de infecções pelo novo Coronavírus. O enfermeiro, ao liderar o trabalho da Enfermagem na produção de serviços em ato, ao acompanhar os planos de ocupação de leitos intensivos e/ou clínicos para o tratamento de pacientes COVID-19, a força de trabalho da enfermagem, a provisão de insumos e equipamentos, a ambiência, criteriosamente, surpreende com times de enfermagem preparados para as mais diversas situações de enfrentamento da doença nos serviços de saúde.
Cumpre destacar que Grabois e Rosa (2019) trazem pistas de ações urgentes e necessárias que podem ser implementadas pela Enfermagem nos estabelecimentos de saúde, em particular nos hospitais, para apoiar e envolver a equipe em um trabalho efetivo. Detalham os autores, que os estabelecimentos de saúde estão sujeitos a mudanças e à necessidade de incorporação de reflexões e ações sobre novos temas e problemas, constituindo-se em desafio educar sua força de trabalho e prover uma estrutura de gestão que apoie e implemente protocolos de como fazer e como praticá-los com segurança e qualidade. Nos cenários da COVID-19, o alto desenvolvimento, um dos princípios dos times de alta performance, é qualidade essencial no saber e fazer enfermagem.
A adoção de medidas de compartilhamento de construtos teóricos para o enfrentamento da pandemia por SARS-CoV-2, quando alinhada às mudanças institucionais necessárias para a adequação de fluxos de atendimento e/ou de protocolos no cuidado de pacientes COVID-19 e implementada com estratégias de diálogo pela Enfermagem, minimiza o misto de sentimentos, medos, dúvidas, ansiedades e incertezas dos envolvidos, levando a uma relação de confiança na equipe e a adaptação a novos processos e protocolos centrados nas melhores práticas, próprias dos times de alta performance. Reis et al. (2019) confirmam essa necessidade de investimentos em iniciativas de educação continuada e permanente para sensibilizar e envolver desde a alta gestão aos colaboradores da linha de frente para uma atenção segura e de qualidade.
Em tempos de pandemia, o enfermeiro, tendo consciência das mudanças epidemiológicas, demográficas, sociais, políticas e econômicas que o mundo passa, ao reinventar-se em sua práxis, na busca por melhores possibilidades à eficiência e para o alcance dos objetivos almejados nos processos de trabalho da Enfermagem e da saúde, pode surpreender liderando times de enfermagem de alta performance na linha de frente do cuidado, no combate à COVID-19.
Referências
DYER, W.G.; DYER JR., W.G. and DYER, J.H. Equipes que fazem a diferença (Team Building): estratégias comprovadas para desenvolver equipes de alta performance. São Paulo: Saraiva, 2011.
GRABOIS, V. and ROSA, M.B. Learning with the wisdom of the front line care. Rev. Gaúcha Enferm. [online]. 2019, vol. 40, no. spe, e20180487. ISSN: 1983-1447 [viewed 22 June 2020]. DOI: 10.1590/1983-1447.2019.20180487. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-14472019000200200&lng=en&nrm=iso
REIS, G.A.X. dos, et al. Difficulties to implement patient safety strategies: perspectives of management nurses. Rev. Gaúcha Enferm. [online]. 2019, vol. 40, no. spe, e20180366. ISSN: 1983-1447 [viewed 22 June 2020]. DOI: 10.1590/1983-1447.2019.20180366. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-14472019000200409&lng=en&nrm=iso
Para ler o artigo, acesse
ADAMY, E.K.; ZOCCHE, D.A. de A.; ALMEIDA, M. de A. Contribution of the nursing process for the construction of the identity of nursing professionals. Rev. Gaúcha Enferm. [online]. 2020, vol. 41, no. spe, e20190143. ISSN: 1983-1447 [viewed 22 June 2020]. DOI: 10.1590/1983-1447.2020.20190143. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-14472020000200403&lng=en&nrm=iso
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