Debora Mazioli Machado, Enfermeira do Hospital Pró Cardíaco, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: binhamazioli@gmail.com
Carla de Azevedo Vianna, Enfermeira do Hospital Pró Cardíaco, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: carlinhaavianna@hotmail.com
Juliana Faria Campos, Professora adjunta da Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: jujufariacampos@yahoo.com.br
Desde janeiro de 2020, a COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus, constitui uma emergência de saúde pública de importância internacional (WAX; CHRISTIAN, 2020). Mediante a gravidade dos casos e a possibilidade de evolução dos pacientes para a parada cardíaca, realizou-se uma busca sobre as principais recomendações para a reanimação em pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19, publicadas pelos principais órgãos dedicados ao estudo do tema. Teve-se como objetivo oferecer informações que contribuam para uma assistência em saúde com qualidade e segurança.
A revisão “Parada cardiorrespiratória na pandemia por coronavírus: revisão compreensiva da literatura”, publicada na Revista Enfermagem UERJ (vol. 28), identificou dados associados a reanimação que implicam riscos extras de contaminação aos profissionais de saúde, em virtude da possível exposição a fluidos corporais, administração das compressões torácicas, além de diversos procedimentos que envolvem a geração de aerossóis. Dessa forma, para garantir a segurança da equipe, diante dos primeiros sinais de agravamento do paciente, indica-se o transporte rápido e seguro para uma unidade de isolamento respiratório com os recursos necessários e equipamentos de proteção específicos que devem ser utilizados pelos profissionais envolvidos no atendimento.
A reanimação deve ser iniciada pelas compressões torácicas e o ritmo da parada cardíaca avaliado rapidamente para determinar as ações fundamentais. Logo após, o procedimento de intubação traqueal é indicado para melhorar a oxigenação e diminuir a geração de aerossóis, devendo ser realizado pela pessoa mais qualificada da equipe. Recomenda-se, desde a primeira tentativa, o uso do videolaringoscópio — aparelho que permite visualização mais facilitada para realizar o procedimento de intubação. Para confirmar o correto posicionamento do tubo de ventilação o tradicional método de ausculta não é recomendado, indica-se a medição do dióxido de carbono exalado (capnografia com forma de onda) (WAX; CHRISTIAN, 2020).
Ventilação manual deve ser evitada e, se necessária, um filtro de ar com alta eficiência na separação de partículas precisa ser utilizado. Diferente dos protocolos utilizados até então, na parada cardíaca em pacientes com COVID-19 sob ventilação mecânica, o circuito de ventilação não deve ser desconectado do aparelho para evitar geração de aerossóis.
Durante todo o atendimento, as possíveis causas deste evento letal deverão ser identificadas e tratadas. Pede-se atenção especial para fatores relacionados à baixa oxigenação sanguínea e problemas cardíacos.
Em relação à posição que o paciente se encontra no leito enfatiza-se que quando em decúbito ventral e sem uma via aérea avançada, o retorno para decúbito dorsal para realização das compressões no tórax é recomendado. No entanto, se uma via aérea avançada estiver presente, o paciente poderá permanecer em decúbito ventral e as compressões serão realizadas sobre a sétima e décima vértebras torácicas (EDELSON et al., 2020).
Frente a pandemia de uma doença altamente contagiosa, para a qual ainda muitas coisas não são totalmente compreendidas, as situações de extrema gravidade, como a parada cardíaca, tornam-se um enorme desafio para toda a equipe multiprofissional. Fica clara a importância de que os profissionais de saúde devem seguir com rigor todo o protocolo estabelecido para o atendimento, para que se minimize o risco de contágio pelo vírus e sua disseminação.
Referências
EDELSON, D.P., et al. Interim Guidance for Basic and Advanced Life Support in Adults, Children, and Neonates With Suspected or Confirmed COVID-19: From the Emergency Cardiovascular Care Committee and Get With The Guidelines-Resuscitation Adult and Pediatric Task Forces of the American Heart Association. Circulation [online]. 2020, vol. 141, no. 25, e933-e943. e-ISSN: 1524-4539 [viewed 22 July 2020]. DOI: 10.1161/CIRCULATIONAHA.120.047463. Available from: https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/CIRCULATIONAHA.120.047463
MACHADO, D.M., et al. Parada cardiorrespiratória na pandemia por coronavírus: revisão compreensiva da literatura. Rev enferm UERJ. [online]. 2020, vol. 28, e50721. ISSN: 0104-3552 [viewed 22 July 2020]. DOI: 10.12957/reuerj.2020.50721. Available from: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/50721/34229
WAX, R.S. and CHRISTIAN, M.D. Practical recommendations for critical care and anesthesiology teams caring for novel coronavirus (2019- nCoV) patients. Can J Anesth [online]. 2020, vol. 67, pp. 568-76. ISSN: 0832-610X [viewed 22 July 2020]. DOI: https://doi.org/10.1007/s12630-020-01591-x. Available from: https://link.springer.com/article/10.1007/s12630-020-01591-x
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