Maria Lucia do Carmo Cruz Robazzi, Professora titular sênior, Editora associada da Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil. E-mail: avrmlccr@eerp.usp.br
Evelin Capellari Cárnio, Professora titular, Editora científica da Revista Latino-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil. E-mail: carnioec@eerp.usp.br
Investigações realizadas e analisadas em um estudo de revisão em diferentes países têm avaliado o estigma e o bem-estar de pessoas transgêneras (CORRERO; NIELSON, 2020). No Brasil, o estudo “Crianças e adolescentes transgêneros brasileiros: atributos associados à qualidade de vida”, publicado na Revista Latino-Americana de Enfermagem (vol. 28), foi realizado com crianças e adolescentes transgêneros e teve como objetivo descrever os atributos associados à qualidade de vida, segundo a própria percepção desses jovens.
Tratou-se de estudo descritivo, com abordagem qualitativa, realizado com 32 participantes entre oito e 18 anos, entrevistados ou que participaram de grupos focais. As questões compunham o Interview Focus Group, proposto pelo grupo DISABKIDS® e adaptado para o estudo pelo Grupo de Pesquisa sobre Medidas em Saúde da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (EERP-USP). Os depoimentos obtidos não foram apresentados neste estudo; entretanto, foram transcritos, organizados em dois corpus (um para crianças e outro para adolescentes) e submetidos à análise de classificação hierárquica descendente, com o auxílio do software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeq). As categorias resultantes dos depoimentos foram descritas segundo a definição de qualidade de vida da Organização Mundial da Saúde, no que concerne às dimensões mental, física e social.
Os resultados demonstraram que a vida dessas pessoas é impactada por fatores sociais, físicos e mentais em virtude do estigma, marginalização e discriminação vivenciados. A vivência de preconceito e segregação foram atributos negativos associados à qualidade de vida. O núcleo familiar foi o principal meio de suporte social dos jovens transgêneros.
Com o estudo, os autores têm a intensão de proporcionar às crianças e aos adolescentes transgêneros brasileiros a liberdade de trazer em pauta questões relevantes e, assim, beneficiar a sua qualidade de vida. Pretendem contribuir para a formulação de políticas públicas relacionadas à essas pessoas e ampliar a discussão sobre deveres e direitos dos cidadãos frente à transexualidade.
Referência
CORRERO, A.N. and NIELSON, K.A. A review of minority stress as a risk factor for cognitive decline in lesbian, gay, bisexual, and transgender (LGBT) elders. J Gay Lesbian Ment Health [online]. 2020, vol. 24, no. 1, pp. 2-19. e-ISSN: 1935-9713 [viewed 16 November 2020]. DOI: 10.1080/19359705.2019.1644570. Available from: https://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/19359705.2019.1644570?journalCode=wglm20
Para ler o artigo, acesse
NASCIMENTO, F.K., et al. Crianças e adolescentes transgêneros brasileiros: atributos associados à qualidade de vida. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2020, vol. 28, e3351. ISSN: 1518-8345 [viewed 16 November 2020]. DOI: 10.1590/1518-8345.3504.3351. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692020000100424&lng=pt&nrm=iso
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