Andrea Bernardes, Professora associada, Editora associada da RLAE; Lucila Castanheira Nascimento, Professora titular, Editora associada da RLAE, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil.
Os resultados obtidos pelo estudo “Relação do tipo de aleitamento materno com a função sexual feminina”, publicado na Revista Latino-Americana de Enfermagem (vol. 29), mostraram uma tendência de comprometimento da função sexual, com identificação de baixos escores médios, independentemente do tipo de aleitamento materno. Maiores escores de função sexual e lubrificação vaginal foram encontrados em mulheres em aleitamento misto. Adicionalmente, observou-se que o aleitamento materno exclusivo, até o período de seis meses de vida pós-natal, não estava sendo praticado por parcela das mulheres avaliadas. Portanto, os resultados do artigo refletem a importância do desenvolvimento estratégias para a promoção do aleitamento materno e da saúde sexual da mulher que amamenta.
De natureza observacional e transversal, o estudo foi conduzido com 150 nutrizes recrutadas em unidades de Estratégia Saúde da Família do município de Maceió, AL, Brasil. A população foi constituída por mulheres adolescentes e adultas que estivessem amamentando seus filhos, independentemente do tipo ou do tempo de aleitamento materno.
Para a coleta de dados, foram utilizados dois instrumentos estruturados. O primeiro deles foi desenvolvido com base nas experiências profissionais dos autores e publicações científicas nacionais e internacionais sobre a temática. Esse instrumento contém 14 questões estruturadas sobre as variáveis sociodemográficas das nutrizes (idade, religião, escolaridade, trabalho, profissão e renda familiar), obstétricas (tempo pós-parto, número de parturição, retorno a menstruação e cesariana como forma de resolução da última gravidez) e tipo de aleitamento materno. Para caracterizar o tipo de aleitamento materno, o estudo adotou as definições da Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde, a saber: aleitamento exclusivo, predominante, complementado e misto.
As mulheres que amamentam relatam com mais frequência inatividade sexual ou problemas disfuncionais (PISSOLATO et al., 2016). As disfunções sexuais são frequentes durante a amamentação e são definidas como distúrbios relacionados à obtenção de desejo e satisfação sexual (WALLWIENER et al., 2017). Esse estudo buscou preencher uma lacuna prévia referente as informações sobre a incidência e a prevalência de disfunção sexual feminina em mulheres que amamentam.
Referências
PISSOLATO, L.K.B. P., et al. Breastfeeding and sexuality: an interface in the experience of puerperium. R. pesq. cuid. fundam [online]. 2016, vol. 8, no. 3, pp. 4674-4680. ISSN: 2175-5361 [viewed 8 September 2021]. https://doi.org/10.9789/2175-5361.2016.v8i3.4674-4680. Available from: http://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/4236
WALLWIENER S., et al. Sexual activity and sexual dysfunction of women in the perinatal period: a longitudinal study. Arch Gynecol Obstet. [online]. 2017, vol. 295, no. 4, pp. 873-883. e-ISSN: 1432-0711 [viewed 8 September 2021]. https://doi.org/10.1007/s00404-017-4305-0. Available from: https://link.springer.com/article/10.1007/s00404-017-4305-0
Para ler o artigo, acesse
HOLANDA, J.B. de L., et al. Relationship of the type of breastfeeding in the sexual function of women. Revista Latino-Americana de Enfermagem [online]. 2021, vol. 29, e3438. ISSN: 1518-8345 [viewed 8 September 2021]. https://doi.org/10.1590/1518.8345.3160.3438. Available from: https://www.scielo.br/j/rlae/a/bPKdXtWBzFf343fptDfk9jP/?lang=pt#
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