Andrea Bernardes, Professora associada, Editora associada da RLAE; Lucila Castanheira Nascimento; Professora titular, Editora associada da RLAE, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo/Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil. E-mails: andreab@eerp.usp.br; lucila@eerp.usp.br
O artigo “Nível de estresse entre universitários de enfermagem relacionado à fase de formação e fatores sociodemográficos”, publicado no periódico Revista Latino-Americana de Enfermagem (vol. 28), trata-se de um estudo transversal, realizado com 286 universitários matriculados entre o 1º e o 10º semestres do Curso de Bacharelado em Enfermagem de uma instituição pública do município de Salvador. Este estudo revelou que os maiores níveis de estresse para estudantes na área de enfermagem são do 6º aos 10º semestres nos Domínios “Comunicação profissional” e “Ambiente”. A pesquisa utilizou-se de instrumento de caracterização sociodemográfica e acadêmica, bem como a Escala de Estresse de Universitários de Enfermagem (COSTA; POLAK, 2009) e mostrou que os universitários, nessa fase da formação, estão mais propensos às interações e articulações com profissionais de enfermagem e de outras áreas da saúde, em consonância à reflexão sobre a comunicação efetiva na perspectiva do trabalho da equipe de saúde (NOGUEIRA; RODRIGUES, 2015).
Além disso, os estudantes são mais expostos às atividades práticas, o que exige maior número de deslocamentos, gerando desgastes e insegurança com o ambiente (HIRSCH et al., 2018). Universitários do 1º ao 5º semestres apresentaram maior nível de estresse relacionado à “atividade teórica”, como a dificuldade de assimilar o conteúdo teórico-prático e de executar trabalhos extraclasse, haja vista que agregam a maior parte das disciplinas do ciclo básico, o que gera preocupação entre os alunos (YE et al., 2018).
A análise revelou, ainda, que as variáveis que mais contribuíram para maior nível de estresse em acadêmicos foram: ser estudante do sexo feminino, com renda mensal igual ou menor que um salário mínimo e não considerar a renda suficiente para a sobrevivência. Depreende-se dessa pesquisa que as características sociodemográficas e acadêmicas podem influenciar o nível de estresse entre universitários. Assim sendo, o conhecimento acerca das relações entre essas variáveis pode contribuir para embasar intervenções, visando à redução e ao melhor enfrentamento dos estressores.
Referências
COSTA, A.L.S. and POLAK, C. Construction and validation of an instrument for the assessment of stress among nursing students. Rev. esc. enferm. USP [online]. 2009, vol. 43, no. spe, pp. 1017-1026. ISSN: 0080-6234 [viewed 14 April 2020]. DOI: 10.1590/S0080-62342009000500005. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-62342009000500005&lng=en&nrm=iso
HIRSCH, C.D., et al. Stress triggers in the educational environment from the perspective of nursing students. Texto contexto – enferm. [online]. 2018, vol. 27, no. 1, e0370014. ISSN: 0104-0707 [viewed 14 April 2020]. DOI: 10.1590/0104-07072018000370014. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072018000100307&lng=en&nrm=iso
NOGUEIRA, J.W.da S. and RODRIGUES, M.C.S. Effective communication in teamwork in health: a challenge for patient safety. Cogitare enferm. [online]. 2015, vol. 20, no. 3, pp. 636-640. ISSN: 2176-9133 [viewed 14 April 2020]. DOI: 10.5380/ce.v20i3.40016. Available from: http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-85362015000300636&lng=pt&nrm=iso
YE, Y., et al. Effects of perceived stress and professional values on clinical performance in practice nursing students: a structural equation modeling approach. Nurse Educ Today. [online]. 2018, vol. 71, pp. 157-162. Available from: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0260691718307032?via%3Dihub
Para ler o artigo, acesse
RIBEIRO, F.M.S. e S., et al. Nível de estresse entre universitários de enfermagem relacionado à fase de formação e fatores sociodemográficos. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2020, vol. 28, e3209. ISSN: 1518-8345 [viewed 20 April 2020]. DOI: 10.1590/1518-8345.3036.3209. Available from: http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692020000100316&lng=pt&nrm=iso
Link externo
RLAE – Revista Latino-Americana de Enfermagem: http://rlae.eerp.usp.br/
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