Maria Cândida de Carvalho Furtado, Professora associada, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil. E-mail: mcandida@eerp.usp.br
Lucila Castanheira Nascimento, Professora titular, Editora associada da RLAE, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo/Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil. E-mail: lucila@eerp.usp.br
Andrea Bernardes, Professora associada, Editora associada da RLAE, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo/Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil. E-mail: andreab@eerp.usp.br
O direito do recém-nascido a ter a triagem biológica neonatal efetivada em tempo oportuno e a articulação entre dois programas municipais de atenção a essa população, o “Floresce uma Vida” e o de “Triagem Neonatal”, são elementos abordados no artigo “Acesso precoce à triagem neonatal biológica: articulação entre ações de programas de atenção à criança”, publicado na Revista Latino-Americana de Enfermagem (vol. 28), em que os resultados apontam para a potencialidade de ações planejadas e efetivadas de modo a viabilizar a coordenação do cuidado e promover acesso à triagem neonatal, conforme recomendam organismos nacionais e internacionais.
Estudo transversal, com abordagem quantitativa, realizado em município de médio porte no estado de São Paulo, Brasil, com atenção à saúde organizada em cinco Distritos de Saúde. Crianças nascidas em maternidades públicas contam, desde 1995, com o Programa Floresce uma Vida que aloca profissionais da enfermagem nesses serviços para agendar consultas na unidade básica de saúde (de enfermagem e médica) e também aplicação da vacina BCG e realização da triagem neonatal biológica, as duas últimas no mesmo dia da consulta do enfermeiro. Os exames de triagem neonatal biológica, realizados nos serviços de saúde, são comunicados mensalmente ao Programa Municipal de Triagem Neonatal, que os organiza em planilhas do programa Excel. Os dados da pesquisa foram extraídos delas, com análise a partir do seu gerenciamento.
Nos dois anos investigados (2016 e 2017), os dados evidenciaram que crianças nascidas e residentes no município tiveram acesso precoce à triagem neonatal biológica, com repostas satisfatórias no total de exames realizados pelas unidades da rede básica de saúde, hospitais e laboratórios particulares. Coletar material para o exame e ser usuário de serviços públicos de saúde (SUS) foi estatisticamente significante, o que pode ter sido favorecido pela articulação entre os dois programas de atenção do município. A gestão do Programa Municipal de Triagem Neonatal, ao articular ações com o Programa Floresce uma Vida, tem atingido número expressivo de crianças que realizaram a triagem antes de completar sete dias de vida. O Programa Floresce uma Vida, ao agendar o exame, ainda na maternidade, potencializa a sua ocorrência dentro do prazo preconizado pelo Ministério da Saúde brasileiro. Tais ações articuladas têm impulsionado a coordenação do cuidado, com informações que transitam entre serviços de saúde e viabilizam a integralidade da atenção ao recém-nascido. Os resultados inovam ao apresentarem iniciativas coordenadas, entre programas, que contribuem para a saúde da criança e viabilizam diagnósticos precoces e encaminhamento para tratamento em tempo oportuno.
A pesquisa se insere no contexto do cuidado integral ao recém-nascido, ocorrido a partir da oportunidade de acesso e coordenação das ações de saúde. A triagem neonatal biológica é de extrema importância para a saúde da criança, que tem direito ao cuidado, ao acesso ao diagnóstico precoce e ao encaminhamento para serviço especializado com atendimento em tempo oportuno (BRASIL, 2018). O comprometimento dos municípios brasileiros na organização e implantação do Programa Nacional de Triagem Neonatal foi essencial para esses resultados, assim como a participação ativa das Secretarias Municipais de Saúde (SMS), com ações de controle e monitoramento das unidades de saúde. Considera-se, enfim, a importância de garantir à criança o acesso seguro e em tempo adequado ao cuidado em saúde, em resposta a uma agenda pública de atenção a essa população (VENÂNCIO, 2020).
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança: orientações para implementação / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2018. [viewed 18 June 2020]. Available from: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/pnaisc/
VENÂNCIO, S.I. Why invest in early childhood? Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2020, vol. 28, e3253. ISSN: 1518-8345 [viewed 29 June 2020]. DOI: 10.1590/1518-8345.0000-3253. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692020000100200&lng=en&nrm=iso
Para ler o artigo, acesse
CARVALHO, B.M., et al. Acesso precoce à triagem neonatal biológica: articulação entre ações de programas de atenção à criança. Rev. Latino-Am. Enfermagem [2020], vol. 28, e3266. ISSN: 1518-8345 [viewed 18 June 2020]. DOI: 10.1590/1518-8345.2938.3266. Available from: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-11692020000100326&script=sci_arttext&tlng=pt
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