Máscara de tecido e celulose: resposta emergencial à pandemia provocada pelo SARS-CoV-2

Lisandra Rodrigues Risi, Doutoranda na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Alexandre Barbosa de Oliveira, Professor associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Margarida Maria Rocha Bernardes, Professora do corpo permanente da Escola Superior de Guerra, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 

Imagem: Lislu20® (visão frontal). Rio de Janeiro, Brasil, 2020. Imagem cedida pela autora.

delo de máscara de tecido registrada como “Lislu20” incorpora a barreira de celulose para prevenir contaminação e pode ser facilmente produzida, a baixo custo. A pandemia da COVID-19 vem atingindo todos os setores em escala global (GARCIA, 2020). As perdas humanas vêm acompanhadas de desabastecimento em diversas áreas, e em especial à de saúde. Sendo assim, a busca por alternativas aos desafios impostos levou os autores a desenvolverem um tipo de máscara de tecido, capaz de oferecer barreira física efetiva de proteção individual com a inserção deste elemento filtrante, conforme apresentado no artigo “Desenvolvimento de máscaras de tecido e celulose para resposta emergencial à pandemia provocada pelo SARS-CoV-2”, publicado na Revista Enfermagem UERJ (vol. 28).

Nesta fase os ensaios foram feitos para avaliar a permeabilidade do ar nas máscaras em tecido 100% algodão, sem e com o elemento filtrante em celulose, no laboratório vinculado à rede Reblas (BRASIL, 2012). O primeiro teste realizado, com protótipos sem filtro de celulose, evidenciou que os aerossóis expelidos pelos usuários da máscara não foram impedidos de serem transpassados. Após acréscimo de folhas de celulose, comprovou-se pelos testes realizados com spray espargido na máscara e com sopros de alta intensidade produzidos pelos próprios usuários, que os aerossóis ficaram retidos pela barreira física introduzida.

A confecção do protótipo contou com o apoio para confecção da artesã Luci F.R. Risi. Os autores acreditam que a “Lislu20”, por ter a folha de celulose impedindo a passagem de gotículas e partículas pelo tecido, poderá ser uma alternativa simples e de fácil acesso à toda a população nos esforços para a promoção da saúde e prevenção contra a doença. O produto precisa cobrir totalmente a boca e o nariz, sem deixar espaços nas laterais, e não deve ser compartilhado. Os resultados dos três testes empíricos foram socializados, de forma pública, por meio de redes sociais, o que motivou a realização dos ensaios a partir deste estudo. O vídeo está disponível no endereço eletrônico: https://youtu.be/vhoRRwB7pHA (RISI et al., 2020).

Ressalta-se que as máscaras de tecido, confeccionadas com materiais de baixo custo e comuns, têm sua importância de uso centrada como medida voluntária de saúde pública nacional e mundial, não substituindo as demais medidas de higienização. “Ao chegar em casa, antes da retirada da máscara, deve-se fazer a higienização das mãos, secando-as bem, remover a máscara pelo elástico da lateral do rosto, evitando tocar na parte dianteira e, finalmente, lavá-la com sabão ou sabonete, deixando-a de molho por cerca de 30 minutos. Para os pesquisadores, a conscientização de todos torna-se fundamental para o combate de qualquer patologia. A confecção de máscaras de tecido de algodão é um fenômeno mundial, necessário e urgente, além de ecológico em virtude de sua absorção sem danos ao meio ambiente, até que possamos estar seguros com as vacinas para conter a COVID-19.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução de Diretoria Colegiada nº 12, de 16 de fevereiro de 2012. Dispõe sobre a Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde (REBLAS). Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2012. Available from: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/res0012_16_02_2012.html

GARCIA, L.P., and DUARTE, E. Intervenções não farmacológicas para o enfrentamento à epidemia da COVID-19 no Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2020, vol. 29, no. 2, e2020222. ISSN: 2237-9622 [viewed 28 July 2021]. https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000200009. Available from: https://www.scielo.br/j/ress/a/B7HqzhTnWCvSXKrGd7CSjhm/?lang=pt#

RISI, L.R., et al. Desenvolvimento de máscaras de tecido e celulose para resposta emergencial à pandemia provocada pelo SARS-CoV-2. Rev. enferm. UERJ [online], 2020, vol. 28, e51476. ISSN: 0104-3552 [viewed 28 July 2021].   http://doi.org/10.12957/reuerj.2020.51476. Available from: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/article/view/51476

Link externo

https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/enfermagemuerj/issue/view/2313

 

Como citar este post [ISO 690/2010]:

RISO, L.R., DE OLIVEIRA, A.B., and BERNARDES, M.M.R. Máscara de tecido e celulose: resposta emergencial à pandemia provocada pelo SARS-CoV-2 [online]. BlogRev@Enf, 2021 [viewed ]. Available from: https://blog.revenf.org/2021/09/03/mascara-de-tecido-e-celulose-resposta-emergencial-a-pandemia-provocada-pelo-sars-cov-2/

 

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