Estratégias de educação permanente integrando ensino, serviço e o trabalho da enfermagem

Valentina Barbosa da Silva, Docente de Enfermagem da Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, RO, Brasil. E-mail: vallentinna2@gmail.com

Vanessa Alves Mendes, Docente de Enfermagem da Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho, RO, Brasil. E-mail: vanessaa.mendes03@gmail.com.br

Marluci Andrade Conceição Stipp, Docente de Enfermagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: marlustipp@gmail.com

O artigo “Educação permanente na prática da enfermagem: integração entre ensino e serviço”, pulicado no periódico Cogitare Enfermagem (vol. 26), trata da descrição de uma estratégia educativa realizada entre discentes e docentes do curso de enfermagem de uma Instituição Federal de Ensino (IFES) na região norte do país, com os trabalhadores de enfermagem do hospital onde o grupo acadêmico estava realizando as práticas de estágio supervisionado. As atividades foram realizadas no próprio cenário prático, permitindo a troca de experiências por meio de discussões ampliadas, favorecendo o protagonismo dos envolvidos na prática hospitalar com a Educação Permanente em Saúde (EPS), essenciais para exercício da autonomia.

A estratégia permeou quatro etapas: a primeira destinada para o acolhimento e troca de experiências entre ciclos acadêmicos; a segunda foi o levantamento do diagnóstico situacional e perfil de cada cenário sendo discutido os pontos observados com os profissionais dos setores; na  terceira etapa foi realizado a implementação das propostas no plano de intervenção, discutido entre discentes, docentes e trabalhadores de cada cenário prático; a quarta etapa destinada para a avaliação das potencialidades e fragilidades das ações.

Diante da problematização, o grupo retornou ao cenário de prática para discussão das demandas destacadas com os profissionais envolvidos, sendo proposto os seguintes planos de intervenção (PIs) para cada setor: Plano de Alta para puérperas no Alojamento Conjunto (ALCON); Protocolo Operacional Padrão (POP) sobre erros de medicação para a maternidade, ginecologia e obstetrícia; instrumento para o manejo clínico do aleitamento materno para usuárias e recém-nascidos presentes no ALCON elaborado para o Banco de Leite Humano (BLH).

Durante exercício das intervenções, os desafios destacados pelo grupo foram a comunicação ineficaz entre os cenários, principalmente no ALCON e BLH, causando superlotação e sobrecarga dos trabalhadores do BLH; fragilidade na corresponsabilização sobre as práticas educativas nos setores, dificultando a disseminação das estratégias de EPS; e resistência às mudanças, principalmente dos profissionais mais experientes.

Entretanto, as rodas de conversa foram imprescindíveis para desenvolvimento da EPS, por promover participação dos trabalhadores em cada etapa discutida, o que possibilitou aos trabalhadores visualizar os problemas existentes no cotidiano do trabalho em saúde, assim como das práticas assistenciais inadequadas, e por fim, estabeleceu novos parâmetros para a aprendizagem e saber (LAVCIH et al., 2017). Além disso, um fator potencializador foi o envolvimento do núcleo de educação permanente que esteve no processo de avaliação, o que possibilitou institucionalizar os protocolos na rotina hospitalar.

Para o processo de implementação da EPS, é preciso encarar o desafio da falta de tempo dos profissionais, que vivenciam o dilema entre a necessidade assistencial e o aprendizado, além se depararem com poucas estratégias de reflexão que facilitem a aplicabilidade dos PIs. Estreitar a relação entre a universidade e o serviço promove benefício para todos os envolvidos no processo. Por um lado, os discentes têm a possibilidade de aprender com a prática vivenciada, por outro lado, os profissionais recebem suporte teórico atualizado o que contribui para uma melhor assistência ao usuário. Portanto, é necessário refletir sobre inserir a EPS na carga horária contratual do trabalhador para facilitar sua participação.

Referências

LAVICH, C.R.P., et al. Ações de educação permanente dos enfermeiros facilitadores de um núcleo de educação em enfermagem. Rev. Gaúcha Enferm. [online]. 2017, vol. 38, no. 1, e62261. ISSN: 1983-1447 [viewed 23 November 2020]. http://dx.doi.org/10.1590/1983-1447.2017.01.62261.  Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-14472017000100403&lng=en&nrm=iso

Para ler o artigo, acesse

SILVA, V.B. da, et al. Educação permanente na prática da enfermagem: integração entre ensino e serviço. Cogitare enferm [online]. 2021, vol. 26, e71890. e-ISSN: 2176-9133 [viewed 23 November 2020]. http://dx.doi.org/10.5380/ce.v26i0.71890. Available from: https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/71890

Links externos

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Como citar este post [ISO 690/2010]:

SILVA, V. B. da, MENDES, V. A. and STIPP, M. A. C. Estratégias de educação permanente integrando ensino, serviço e o trabalho da enfermagem [online]. BlogRev@Enf, 2021 [viewed ]. Available from: https://blog.revenf.org/2021/01/08/estrategias-de-educacao-permanente-integrando-ensino-servico-e-o-trabalho-da-enfermagem/

 

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