Alessandra Sant’Anna Nunes, Professora adjunta do Departamento de Enfermagem Médico Cirúrgica da Faculdade de Enfermagem da UERJ, Coordenadora do Departamento de Enfermagem da Policlínica Piquet Carneiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Priscila Sanchez Bosco, Professora assistente do Departamento de Enfermagem Médico Cirúrgica da Faculdade de Enfermagem da UERJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Carla Tatiana Garcia Barreto Ferrão, Doutora em Epidemiologia em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública, Enfermeira da Policlínica Piquet Carneiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
O estudo “Qualidade de vida dos profissionais de saúde pós-COVID-19: Um estudo transversal”, publicado pelo periódico Cogitare Enfermagem (vol. 26), teve como objetivo conhecer a qualidade de vida de profissionais de saúde testados para a COVID-19, com o intuito de nortear condutas clínicas que possam melhorar sua qualidade de vida.
Trata-se de um estudo transversal, com 476 profissionais de saúde que objetivou avaliar através do WHOQOL-bref a qualidade de vida de profissionais testados para COVID-19 em uma policlínica no estado do Rio de Janeiro. Teve predomínio de participantes do sexo feminino, com média de idade de aproximadamente 42 anos, bem como a atividade técnico de enfermagem, em consonância com dados da OMS que evidenciam que 70% da força de trabalho na área da saúde é feminina (MACHADO, 2015).
O domínio mais comprometido foi o meio ambiente (relacionado a segurança física e proteção, ambiente do lar, recursos financeiros, lazer, ambiente físico, cuidados de saúde etc.) e o físico foi o menos comprometido (relacionado a dor, desconforto, energia, mobilidade, atividade) (FLECK et al., 2000). Estes achados, denotam que a quarentena, com a privação de lazer, infinitas reuniões e alteração da rotina, tem impacto mais importante na vida dos participantes desse estudo do que outros domínios como o psicológico. Essas privações, a longo prazo, poderão afetar o domínio psicológico e comprometer a saúde mental dos indivíduos.
O domínio meio ambiente foi o mais comprometido, para os enfermeiros e técnicos de enfermagem, isso pode estar influenciado pela estrutura física e organizacional, carga horária de trabalho diferenciada, muitas vezes com diversos vínculos e a sobrecarga de trabalho, à insegurança e incerteza no ambiente de trabalho, recursos financeiros, entre outros já apontados previamente à pandemia como fatores desafiadores à prática em saúde. Para médicos, o mais afetado foi o domínio psicológico, relacionado a sentimentos, autoestima, imagem corporal etc.
Como contribuição deste estudo para a área, diante do exposto, salienta-se a necessidade de um olhar mais criterioso e minucioso acerca dos fatores que afetam a qualidade de vida e, por consequência, a saúde dos profissionais de saúde pós-COVID-19, visto que, diante desta pandemia, é exigido muito das capacidades físicas, intelectuais, sentimentais e emocionais desses profissionais, o que pode, a longo prazo, gerar adoecimento destas classes.
A qualidade de vida não é definida somente por meio da valorização de parâmetros relacionados a sintomas, mas também por fatores pessoais e sociais, bem como medidas de incapacidade e bem-estar psicológico (KLUTHCOVSKY et al., 2009). Destaca-se, a necessidade de um olhar mais criterioso e minucioso acerca dos fatores que afetam a Qualidade de vida e, por consequência, a saúde dos profissionais de saúde pós-COVID-19, visto que, diante desta pandemia, é exigido muito das capacidades físicas, intelectuais, sentimentais e emocionais desses profissionais, o que pode, a longo prazo, gerar adoecimento destas classes.
Referências
MACHADO, M. H., and SILVA, M. C. N. Relatório final da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil. Rio de Janeiro: Cofen, 2015. Available from: www.cofen.gov.br/perfilenfermagem/index.html
FLECK, M. P. A., et al. Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref”. Revista de Saúde Pública [online]. 2000, vol. 34, no. 2, pp. 178-183. ISSN: 1518-8787 [viewed 26 October 2021]. https://doi.org/10.1590/S0034-89102000000200012. Available from: https://www.scielo.br/j/rsp/a/JVdm5QNjj4xHsRzMFbF7trN/abstract/?lang=pt#
KLUTHCOVSKY, A. C. G. C., and KLUTHCOVSKY, F. A. O WHOQOL-bref, um instrumento para avaliar qualidade de vida: uma revisão sistemática. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul [online]. 2009, vol. 31, no. 3 suppl. ISSN: 0101-8108 [viewed 26 October 2021]. https://doi.org/10.1590/S0101-81082009000400007. Available from: https://www.scielo.br/j/rprs/a/dpfNr9ySHS3JyF8bNmjHQtw/?lang=pt#
WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. The WHOQOL Group. WHOQOL: measuring quality of life. Geneva: WHO, 1997. Available from: https://www.who.int/toolkits/whoqol
Para ler o artigo, acesse
PIRES, B. M. F. B., et al. Qualidade de vida dos profissionais de saúde pós-COVID-19: um estudo transversal. Cogit. Enferm. [Online]. 2021, Vol. 26, e.78275. ISSN: 2176-9133 [viewed 26 September 2021]. http://dx.doi.org/10.5380/ce.v26i0.78275. Available from: https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/78275
Links externos
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